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Lembrança e esquecimento em narrativas de si : uma bricolagem de fragmentos de vida de pessoas cegas

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dc.contributor.advisor Pinto, Diana de Souza
dc.contributor.author Paschoal, Claudia Lucia Lessa
dc.date.accessioned 2018-04-19T12:09:33Z
dc.date.available 2018-04-19T12:09:33Z
dc.date.issued 2017-08-25
dc.identifier.citation ASCHOAL, Claudia Lucia Lessa. Lembrança e esquecimento em narrativas de si: uma bricolagem de fragmentos de vida de pessoas cegas. 2017. 349 f. Tese (Doutorado em Memória Social)-Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. pt_BR
dc.identifier.uri http://hdl.handle.net/unirio/11547
dc.description Tese também disponível em formato impresso, com o número de chamada CCH DMS 2017/13. pt_BR
dc.description.sponsorship n/a pt_BR
dc.language.iso Portuguese pt_BR
dc.rights openAccess pt_BR
dc.title Lembrança e esquecimento em narrativas de si : uma bricolagem de fragmentos de vida de pessoas cegas pt_BR
dc.title.alternative Remembrance and forgetfulness in narratives if self: a bricolage of blind people's life fragments pt_BR
dc.type doctoralThesis pt_BR
dc.contributor.advisor-co Moraes, Marcia Oliveira
dc.contributor.referee Pinto, Diana de Souza
dc.contributor.referee Moraes, Marcia Oliveira
dc.contributor.referee Gondar, Josaida
dc.contributor.referee Melo, Glenda Cristina Valim de
dc.contributor.referee Biar, Liana de Andrade
dc.contributor.referee Figueiredo, João Ricardo Melo
dc.degree.department CCHS pt_BR
dc.degree.grantor Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO pt_BR
dc.degree.local Rio de Janeiro, RJ pt_BR
dc.degree.program Programa de Pós-Graduação em Memória Social pt_BR
dc.subject.cnpq MULTIDISCIPLINAR pt_BR
dc.subject.cnpq MEMÓRIA SOCIAL pt_BR
dc.subject.en Blindness pt_BR
dc.subject.en Interaction pt_BR
dc.subject.en Narratives pt_BR
dc.subject.en Production of desire pt_BR
dc.subject.en Affirmation of life pt_BR
dc.subject.en Memory pt_BR
dc.description.abstracten Throughout the development of western civilization, blindness has assembled the most diverse and allegorical meanings. Cultural descriptions of blindness are predominantly associated with notions of tragedy, incapacity, dependence, and suffering. In social representations, there is a sense of permanent sadness circumscribing the life of blind people, and, at the same time, a naturalized expectation that they accept this condition with resignation. This cartographic research (PASSOS, KASTRUP, TEDESCO, 2014; PASSOS, KASTRUP, ESCÓSSIA, 2010; PASSOS and BARROS, 2010) falls within the intersection of the fields of knowledge of Social Memory (NIETZSCHE, 1992 [1886], 1998 [1887], 2003 [1874], 2008 [1883-1885], 2011 [1901], 2012 [1886]; BUTLER, 1987, 1990, 1993, 1997, 2000, 2004, 2005, 2009), of Interactional Sociolinguistics (GOFFMAN, 1967, 1974, 1985; GUMPERZ, 1982; SCHIFFRIN, 1994), and Narrative Analysis (LABOV and WALETSKY, 1967; LABOV, 1972; BASTOS, 2004, 2008; BIAR, 2012, BRUNER, 1990; MISHLER, 2002; RIESSMAN, 1993; TANNEN, 1984, 1989, 1993), with an interface in blindness (MARTINS, 2006, 2013; MORAES, 2005, 2010). The objective of the study is to understand the processes of the construction of the meanings with which blind subjects operate the experience of blindness in their lives, by analysing their narratives. The corpus on which the study is based was generated between March and November of 2015 during the Conversation Circles, a group workshop with subjects that have gradually lost their sight. The workshop was held in the Benjamin Constant Institute, a federal public institution that has the responsibility for educating and rehabilitating visually disabled people. The study draws on the articulation of remembering and forgetting, which is characteristic of the action of narrating, as part of the human dynamic of dealing with happenings in such a way that meanings are attributed to events. Considering that meanings attributed to blindness are intertwined with meanings attributed to life and to the world, the approach to blindness is based on the relationship between memory, narrative, and the production of meaning in two political settings. One is micro-relations, by means of the analysis of the meanings that were coproduced for blindness in the narratives of life experiences generated during the interactions in the Conversation Circles, and the other is macro-relations, in which we seek to relate hegemonic discourses and counter-hegemonic discourses of blindness. The interpretative analysis of the participants’ narratives was guided by two epistemological keys driving the research: the vulnerability of the human condition when facing its unpredictable destiny, and the affirmation of life facing all circumstances. In the Conversation Circles interactions, the participants articulated remembrance and forgetfulness by coproducing narratives and thus they recontextualized memories of the time in which they could see and operate other configurations of themselves. The analysis of the narratives seeks to bring to light what the participants need in order to deal with daily situations in which their bodies and behavior are arbitrarily regulated by processes of normalization that transform blindness into an incapacitating experience in which these subjects suffer more than they have to. The study further attempts to demonstrate that it is their discourse of resistance that the participants use to face the power that subjugates them constantly, and with their discourse they also affirm their powers of being blind persons who are capable to take decisions about the conditions of possibilities of their lives (BUTLER, 1997). The analysis attempts to describe another kind of narrative, one that does not ratify the culturally established discourses of blindness as being tragedy and suffering. Through these narratives, there is an effort to show that memories of the time in which the participants had sight are the driving force that helps them move on in life, and that in their discoursive dimension, can reveal new possibilities and meanings for what blindness is. Finally, the study argues for the idea that narrating in group situations as an esthetic action (NIETZSCHE, 2003 [1874]) can recreate the past imaginatively, and it allows for the resignification and reconfiguration of relations with the present. As they are narrated, experiences of the past generate a potential for an affirmation of life in all its multiplicity; because of this, they point to the possibility of a new memory for blindness. pt_BR
dc.degree.country Brasil pt_BR
dc.description.sponsordocumentnumber n/a pt_BR
dc.description.abstractpt Ao longo do desenvolvimento da civilização ocidental, a cegueira vem colecionando os sentidos mais diversos e alegóricos. As descrições culturais da cegueira vinculam-se predominantemente às ideias de tragédia, de incapacidade, de dependência e de sofrimento. Nas representações sociais, há um sentido de permanente tristeza circunscrevendo a vida das pessoas cegas e, ao mesmo tempo, a expectativa naturalizada de que elas aceitem essa condição com resignação. Essa pesquisa cartográfica (PASSOS, KASTRUP, TEDESCO, 2014; PASSOS, KASTRUP, ESCÓSSIA, 2010; PASSOS e BARROS, 2010) insere-se no entrecruzamento dos campos de conhecimento da Memória Social (NIETZSCHE, 1992 [1886], 1998 [1887], 2003 [1874], 2008 [1883-1885], 2011 [1901], 2012 [1886]; BUTLER, 1987, 1990, 1993, 1997, 2000, 2004, 2005, 2009) da Sociolinguística Internacional (GOFFMAN, 1967, 1974, 1985; GUMPERZ, 1982; SCHIFFRIN, 1994) e da Análise de Narrativa (LABOV e WALETSKY, 1967; LABOV, 1972; BASTOS, 2004, 2009; BIAR, 2012, BRUNER, 1990; MISHLER, 2002; RIESSMAN, 1993; TANNEN, 1984, 1989, 1993) com interface na cegueira (MARTINS, 2006, 2013; MORAES, 2005, 2010). Objetiva compreender os processos de construção de sentidos com os quais o sujeito cego opera a experiência da cegueira em sua vida, por meio de suas narrativas. O corpus em que se baseia o estudo foi gerado no período de março a novembro de 2015 nas Rodas de Conversa, uma oficina de grupo com pessoas que perderam a visão ao longo da vida, que funciona no Instituto Benjamin Constant, instituição pública federal responsável pela educação e reabilitação de pessoas com deficiência visual. O estudo vale-se da articulação do lembrar e do esquecer, característica da ação de narrar, como parte da dinâmica humana de lidar com os acontecimentos de modo a lhes atribuir sentidos. Considerando que os sentidos atribuídos à cegueira são perpassados pelos sentidos atribuídos à vida e ao mundo, aborda-se a cegueira a partir da relação entre memória, narração e produção de sentido em dois âmbitos políticos: das microrrelações, por meio da análise dos sentidos que foram coproduzidos para a cegueira nas narrativas de experiências de vida geradas nas interações das Rodas de Conversa, e das macrorrelações, em que se procura fazer a articulação entre os discursos hegemônicos e os discursos contra-hegemônicos da cegueira. A análise interpretativa das narrativas dos participantes teve como fios condutores duas chaves epistemológicas norteadas da pesquisa: a vulnerabilidade da condição da condição humana frente ao seu destino imprevisível e a afirmação da vida diante de todas as circunstâncias. Nas interações das Rodas de Conversa os participantes articularam lembrança e esquecimento através da coprodução de narrativas e assim, recontextualizaram memórias do tempo em que enxergavam e puderam operar outras configurações de si mesmos. A análise das narrativas produzidas procura elucidar que os participantes precisam lidar com situações do seu dia a dia em que seus corpos e comportamentos são regulados arbitrariamente por processos de normalização que transformam a cegueira em uma experiência incapacitante e sofrida além da necessidade. Procura mostrar ainda que é com o discurso da resistência que os participantes estão enfrentando o poder que lhes subjuga a todo tempo e com o qual também afirmam suas potências de serem pessoas cegas, capazes de assumir a decisão das condições de possibilidade de suas vidas (BUTLER, 1997). A análise realizada procura descrever outro tipo de narrativas que não ratificam os discursos culturalmente consagrados da cegueira como tragédia e sofrimento. Por meio dessas narrativas, busca-se mostrar que as lembranças do tempo em que enxergavam são força motriz para seguirem o curso da vida e que, em sua dimensão discursiva, podem revelar novas possibilidades e sentidos para o que vem a ser cegueira. Por último, o estudo advoga pelo narrar em situações de grupo como uma ação estética (NIETZSCHE, 2003 [1874]) que recria imaginativamente o passado, permitindo a ressignificação e a reconfiguração das relações com o presente. Ao serem narradas, as experiências passadas geram potência para afirmação da vida em toda a sua multiplicidade; por isso, apontam a possibilidade de uma nova memória para a cegueira. pt_BR
dc.subject.pt Cegueira pt_BR
dc.subject.pt Interação pt_BR
dc.subject.pt Narrativas pt_BR
dc.subject.pt Produção de desejo pt_BR
dc.subject.pt Afirmação da vida pt_BR
dc.subject.pt Memória pt_BR


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